quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mas que Missão é esta?

Bom dia/ boa tarde/ boa noite a todos os visitantes, dependendo das horas a que estiverem a ler este (gigante) texto e também das horas a que acordaram (todos sabemos que, quando acordamos à uma da tarde, não sabe bem desejar logo “boa tarde” às pessoas).

Como sou uma pessoa que vai direta ao assunto, depois desta introdução totalmente enquadrada no tema, passo a explicar o porquê deste blogue, criado pela Ana Ascensão, uma missionária cheia de sensibilidade artística e informática.

No dia 28 de julho deste ano, vamos para Angola. E o sujeito desta frase é um “nós” que engloba sete pessoas: Ana Ascensão, Teresa Ascensão, Ricardo Ascensão (e agora devem estar a pensar: que monotonia!), Teresa Valente, Inês Pintalhão, João Luís Soares e Inês Rocha (escrevi o meu nome em último para dar um ar modesto à coisa, mas também por acreditar intimamente que os últimos são os primeiros).

Um “nós” que engloba muita gente

Mas este “nós” que só se concretizou em sete bilhetes de avião é na verdade um “nós” muito maior, cheio de gente que tenta fazer do seu dia-a-dia uma Missão. Fazemos parte do grupo M.E.L. (Missionários Eucarísticos Leigos), que nasceu no seio da congregação Missionárias do Santíssimo Sacramento e Maria Imaculada. Congregação essa que está espalhada pelo mundo e cuja sede em Portugal é o Externato da Imaculada Conceição, onde muitos de nós estudaram até à quarta classe.

Somos leigos, temos quotidianos muito diferentes, dentro das mais diversas áreas (saúde, engenharia, comunicação, música… e é isso), mas há uma coisa que nos une: a vontade de levar o apaixonante Jesus Cristo, aquele que vamos conhecendo ao ler e aprofundar os textos bíblicos, àqueles que nos rodeiam. Tentamos fazer isso da maneira mais difícil: através dos nossos gestos, das atitudes, a maior parte das vezes sem falar dele. A verdade é que raramente conseguimos resultados muito evidentes. Mas vamos treinando a arte de sermos missionários no nosso dia-a-dia, na faculdade ou no trabalho.

Na congregação que integramos, respira-se o espírito missionário. Não há fronteiras para a mensagem que as nossas “manas” querem transmitir. Sempre as vimos partir e chegar, desinstalar-se constantemente das suas rotinas para ir para o outro canto do mundo. Iam e voltavam de coração cheio, com muita experiência para transmitir, e o “bichinho” da missão foi crescendo em nós como grupo.

Aprender a ser missionário

Não é que sejamos ingénuos ao ponto de pensar que não há muito por fazer por cá. Talvez a decisão de ir experimentar ser “pão partido” para o outro lado do mundo seja um pouco “ir pelo caminho mais fácil”. A verdade é que quando partimos para longe, construímos novas rotinas e dedicamo-nos inteiramente àquilo que nos fez partir. Talvez vamos para lá para aprendermos a ser missionários, para depois enfrentarmos o grande desafio: sermos missionários “cá dentro”, com aqueles cujas necessidades não são tão óbvias.

Decidimos então embarcar nesta viagem que, esperamos, há-de ser útil não só à nossa vivência missionária mas também há-de rasgar sorrisos em quem não está habituado a sorrir. Levamos pouco, só aquilo que cabe na mala, mas levamos o coração muito carregado de vontade de nos darmos. Levamos o nosso conhecimento para transmitir a quem não tem tantas possibilidades de acesso a formação (e informação), levamos a nossa experiência de fé para transmitir a quem a quiser acolher.

Somos os primeiros sete do grupo a ir, mas queremos abrir portas a uma missão mais estruturada, depois de percebermos as necessidades das pessoas com quem contactarmos. Queremos que as falhas desta missão sejam as aprendizagens da próxima, para sucessivamente irmos construindo um projeto missionário forte e eficaz.

Nesta primeira fase, vamos ajudar as “manas” da casa que a congregação tem em Luanda naquilo que for preciso, para percebermos qual será o nosso papel em Angola nos próximos anos.

Qual o papel deste blogue no meio disto tudo?

Acreditamos que a partilha é um modo eficaz de chegarmos mais longe, de conseguirmos resultados que, sozinhos, nunca conseguiríamos atingir. Baseamos a nossa vivência, enquanto grupo, na partilha de experiências, seguindo o exemplo do Mestre que disse para fazermos “isto” em memória dele. “Isto”, o partir do pão que nos torna o verdadeiro Corpo de Cristo, é o que nos move, a nossa Missão.

Por isso, queremos partilhar convosco (sendo o “vós” quem se quiser dar ao trabalho de visitar este espaço durante os próximos tempos), os passos que dermos para preparar esta missão e as próprias experiências vividas em Angola, na medida do possível (e da existência de Internet).

Para já, demos início aos preparativos com uma manhã passada no Consulado de Angola atrás do tão desejado visto. Seguem-se as vacinas, a planificação cuidada da missão, decisões sobre o que levar, construção de materiais para deixar lá, etc, etc.

Depois deste texto de dois metros e meio (não há como explicar tudo isto em menos palavas), aguardem mais novidades sobre esta aventura!

PS: Obrigada à Carolina Peres por ter criado a bela imagem da nossa missão, que tão bem fica no fundo deste blogue!

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